Nova moda preocupa toda a gente

Primeiro começou na Colômbia e agora já chegou a Espanha. Será que Portugal é o país que se segue?

O “jogo do muelle” é simples e começou a ser divulgado em vídeo já há cerca de 3 anos nas redes sociais: vários rapazes sentam-se lado a lado, nus da cintura para baixo. Depois, e sem preservativo, as raparigas sentam-se em cima de cada um deles e vão trocando de parceiro consecutivamente. O objetivo é não ejacular e o último rapaz a atingir o orgasmo é o vencedor.

A prática está a difundir-se entre os jovens em Espanha, depois de ter sido divulgado um vídeo, gravado em Fuenlabrada, Madrid, no verão, que mostra o “jogo do muelle” ou “roleta s3xual” a ser praticado por cinco rapazes e três raparigas, todos menores. Agora, a comunidade médica espanhola já mostrou preocupação. Pelo menos quatro raparigas espanholas engravidaram após participarem no jogo s3xual, mas acredita-se que o número seja muito superior. Ao jornal El Mundo, Pilaer Lafuente, ginecologista do Hospital La Paz, em Madrid, denuncia os perigos da prática, especialmente para as raparigas, quanto a casos de doenças s3xualmente transmissíveis: “É alarmante, em particular na nossa unidade de adolescentes. De dois ou três casos por ano, passámos a ter mais de 10 a cada três meses. É bárbaro.” Posição igual é defendida pela sexóloga e psicóloga, Ana Lombradía. “É um problema de inconsciência e imaturidade. E é uma clara falta de educação s3xual. Este tipo de práticas cria uma desigualdade entre rapazes e raparigas. São elas as mais vulneráveis, as que vão trocando.

Neste jogo ninguém pensa no prazer, é uma questão de poder. As raparigas querem mostrar que são s3xualmente desinibidas e os rapazes querem saber qual é o mais ‘macho’”, defende a sexóloga. Ao El Mundo, Lombardía alerta ainda para os perigos da “roleta s3xual”. “Mesmo que os rapazes usem preservativo, as raparigas entram em contacto com as secreções vaginais umas das outras. E claro, depois surge VIH, Hepatice C, sífilis, gonorreia, HPV”, lamenta a psicóloga, que associa o jogo ao consumo de álcool e drogas. A prática surgiu entre os adolescentes de Medellín e de outras cidades colombianas em 2011, denunciada por um diário local, o ‘ADN’, que publicou o testemunho de uma adolescente que engravidou numa dessas roletas s3xuais.

“A ideia era demonstrar quem é que aguentava mais sem ejacular. Nunca pensei que pudesse ficar grávida, porque não durava muito tempo, era só um jogo”, disse a adolescente. De acordo com dados da Secretaria da Saúde de Medellín, 7 mil mulheres entre os 10 e os 19 anos engravidaram em 2011, sendo que algumas dessas raparigas admitiram ter jogado à “roleta sexual”.

 

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